Uma conquista trilíngue – Billboard


Indio, Califórnia, e Rio de Janeiro estão a cerca de 7.000 km de distância. Indio é um deserto, e o Rio é um paraíso de praias tropicais; uma metrópole agitada de quase 7 milhões de pessoas, e Indio, na maior parte do ano, uma pequena cidade sonolenta. Mas, em meados de abril, os diferentes locais, de alguma forma, se fundiram em um só quando Anitta transformou a Coachella em um Carnaval brasileiro.

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O clássico samba de Sérgio Mendes, “Mas que nada”, tocou nos alto-falantes; depois, ao mudar para sua música “Onda Diferente”, a cantora de 29 anos subiu ao palco principal, vestindo um conjunto cintilante e com penas de Roberto Cavalli em amarelo, verde e azul, as cores da bandeira brasileira. Ao longo dos 45 minutos seguintes, o show dela foi de encher os olhos — uma aula magistral em twerking, com segmentos de funk battle, samba e capoeira — transportando o público para o bairro de classe operária Honório Gurgel, onde ela cresceu. A mensagem da Anitta foi clara: Você pode tirar a garota do Rio — e trazê-la até Indio — mas não pode tirar o Rio da garota.

Anitta falará e se apresentará na Billboard MusicCon no dia 13 de maio no AREA15 em Las Vegas.

Três dias antes dessa apresentação histórica — a primeira de um artista brasileiro no palco principal do festival — Anitta estava fazendo uma pausa no ensaio, com um aspecto mais relaxado em calças soltas, um crop top e um casaco tamanho grande com tênis. Mas a importância do próximo show (onde seus artistas convidados incluiriam Snoop Dogg, Saweetie e Diplo) está em sua mente. “Eu sempre preciso levar minha cultura”, diz ela. “Eu nunca poderia ir a outro mercado e fazer o que quiser. Qual seria a finalidade: Fama? Dinheiro? Eu já tenho isso, e isso não é o sentido para mim”.

Desde o lançamento da sua carreira em 2010, com sucessos locais como “Meiga e Abusada”, “Vai Malandra” e “Show das Poderosas”, canções que fundiram as batidas de hip-hop do funk brasileiro com melodias pop — Anitta tornou-se a maior estrela da memória recente a emergir do Brasil e ter um grande sucesso na mistura de gêneros. Essa façanha exigiu força de vontade e conhecimento da indústria que ela aprendeu principalmente sozinha. Nos últimos sete anos, com a ajuda do seu irmão mais velho, Renan (com quem cogerência sua carreira no Brasil, na empresa conjunta chamada Rodamoinho), Anitta construiu estrategicamente uma base para alcançar o estrelato fora do seu país de origem, passando um tempo cada vez maior nos Estados Unidos (principalmente Los Angeles e Miami) e colaborando com artistas populares e produtores, incluindo Ryan Tedder, Becky G, Prince Royce e Snoop em seu álbum de 2019, Kisses.

“Ser uma artista internacional não se trata apenas de ser famosa onde quer que vá, porque o mundo é grande demais”, diz Anitta. “É sobre poder impactar áreas culturalmente diferentes ao mesmo tempo.” Mas, para conseguir isso teria que enfrentar desafios únicos – e teria um custo. Enquanto passava mais tempo fora do Brasil, Anitta teve que passar adiante os acordos de marca e oportunidades de turnê que poderiam afetar a popularidade da sua música em seu país. E a história não estava ao seu lado: apenas um punhado de grandes estrelas do Brasil já encontraram uma fama duradoura fora de suas fronteiras.

anitta

SAINT LAURENT bodysuit, DJULA earrings.
Ramona Rosales

Isso é, em parte, porque o português é a língua falada lá, e não o espanhol que é muito mais difundido. Mas nos últimos anos, as estrelas mais populares do país simplesmente não precisaram ir para outro lugar para encontrar um sucesso sustentável. O mercado brasileiro de música gravada é o 11.º maior do mundo e, se não fossem os efeitos da pandemia, provavelmente seria ainda maior (em 2017, alcançou o 9o lugar). Por seis anos consecutivos cresceu 32%, só em 2021, (segundo o Pro-Música Brasil, a associação dos produtores fonográficos do país e afiliada ao IPFI) para 2.111 bilhões de reais (US$ 451 milhões). O streaming, que representa 85.6% do mercado musical brasileiro, cresceu 34.6% em 2021 para 1.806 bilhões de reais (US$386 milhões).

“A gente vê muitas artistas brasileiras grandes hoje que não conseguem alcançar o feito da Anitta porque elas se prendem muito com o Brasil”, diz Cris Falcão, diretora-geral do Ingrooves no Brasil, acrescentando que o consumo no país é de quase 80% de música brasileira. “Nada, ninguém vai conseguir acho que se você comparar os últimos 20 anos, eu não vejo nenhum nome como Anitta que fez o que fez”. (Da mesma forma, ainda é raro que os artistas estrangeiros tirem proveito do potencial do mercado: “Para que os artistas possam entrar lá, é preciso ter uma colaboração relevante com um artista brasileiro”, diz Falcão. “Existe oportunidade, mas a estratégia tem de ser bem pensada.”)

Anitta lembra vividamente de como seu irmão respondeu quando, em 2015, ela disse a ele que queria “voar internacionalmente”: “Por que? Você precisará começar por baixo e fazer a mer-a que estava fazendo há seis anos, você não tem mais energia”. “E eu disse a ele que era o que eu queria, embora estivesse realmente assustada,” ela confessa. “Isso significa que eu deveria abandonar tudo o que eu tinha feito. Eu sabia que se eu falhasse, todos no meu país iriam rir de mim. É isso que acontece com todos os que tentam e falham. Não queria me tornar uma piada. Eu queria que isso acontecesse de verdade.”

Ela não tinha um plano para seguir. Na década de 1970, o pioneiro da tropicália Caetano Veloso e o cantor de baladas Roberto Carlos conseguiram encontrar públicos na América Latina e na Europa. Mas os artistas mais contemporâneos do país encontraram o holofote global de curta duração: Alexandre Pires alcançou seis dos 10 melhores hits na parada Hot Latin Songs da Billboard no início dos anos 2000, e a música de Michel Teló, “Ai se eu te pego”, (um exemplo de sertanejo, a música country do Brasil) liderou a Hot Latin Songs por 10 semanas em 2012, mas nenhum artista alcançou esse tipo de sucesso fora do Brasil desde então.

“Muitos executivos de gravadoras me disseram que era impossível ter uma carreira internacional como uma brasileira, e eles não estavam sendo maldosos — eles nunca tinham visto ninguém fazer isso recentemente”, diz Anitta. “Eu estava tipo, não sei, nada é “impossível” para mim. Eu entendo que você tem que arriscar toda sua carreira e tem que ter coragem para continuar insistindo. Não é fácil ou rápido, especialmente quando já se está acostumada a ser tratada como uma estrela num país e, depois, vai para um outro mercado e é tratada como ninguém.”

anitta

Bronx and Banco dress, DJULA earrings.
Ramona Rosales

Agora, Anitta está tentando provar que aquelas pessoas negativas do início erraram de uma vez por todas. Seu novo álbum, Versions of Me — lançado em meados de abril com o poder de três divisões diferentes da Warner Music Group por trás dele — é o caso mais forte dela ainda como uma artista camaleônica com alcance global: ele é trilíngue, gravado principalmente em inglês, com algumas canções em espanhol e uma em português. O álbum teve 111.7 milhões de streams de música on-demand nos Estados Unidos, de acordo com a Luminate, ex-MRC Data. E embora ainda não tenha entrado nas paradas de álbuns da Billboard, seu terceiro single, “Envolver”, explodiu — quatro meses após seu lançamento — graças ao videoclipe sensual e a coreografia igualmente sugestiva. Em março, alcançou o 1º lugar no Global Excl. U.S. da Billboard e na lista global do Spotify, fazendo da Anitta a primeira artista brasileira a conseguir esse feito; o vídeo que ela dirigiu conquistou o primeiro lugar na Global Top Music Videos do YouTube.

A garra e a atitude do “vou te mostrar” dela trouxe a Anitta até aqui — e julgando pelos milhares de fãs no Coachella acenando bandeiras brasileiras, ouvindo extasiados ela falando em português e cantando junto cada palavra de suas músicas do funk carioca, ela pode ter decifrado o código que iludiu seus compatriotas por tanto tempo. “É isso que eu admiro na Anitta, a perseverança e o foco dela”, diz a artista brasileira-americana Bebel Gilberto (filha da lenda da bossa nova, João Gilberto), que teve um gostinho do sucesso internacional com o seu álbum Tanto Tempo, em 2000. “O que eu estava tentando fazer era, basicamente, me manter — completamente diferente de ‘eu quero ser a no 1’. “Mas, eu não acho justo ela se comparar com outra pessoa, porque tudo o que ela fez, ela foi a única a fazer isso. Especialmente porque ela veio do nada.”


Anitta não ia esperar que o mundo viesse até ela. Há sete anos, ela embarcou num avião para o México e, ao desembarcar, pediu a um taxista que a levasse a “um clube de pessoas ricas”. Para surpresa dela, ela não ouviu reggaeton, o gênero que lhe diziam na época que era o mais badalado do mercado latino. “Eu peguei um outro táxi e disse a ele: quero ir ao clube mais barato aqui, onde as pessoas pobres vão”, relembra Anitta. “Ele me olhou confuso, mas foi aí que vi as pessoas perreando, e eu pensei “ok”. Ela tomava notas, usando o Shazam para identificar cada faixa que tocava, anotava os títulos que deixavam as pessoas “loucas e dançantes”.

Em seguida, ela foi para Los Angeles, em busca de pessoas que poderiam ajudá-la a descobrir como fazer músicas que teriam um efeito semelhante em toda parte. O agente da WME, Rob Markus, que ela conheceu em um evento no Brasil, ajudou a organizar as reuniões para ela com diferentes produtores. “Algumas pessoas eram legais, outras não”, ela se lembra encolhendo os ombros. “Foi uma bagunça e percebi que precisaria fazer as coisas por conta própria”. Até então, ela estava se apresentando no Brasil na sexta, sábado e domingo, e depois voando para L.A. na segunda-feira para fazer network na terça, quarta e quinta — tudo enquanto fazia aulas de fonética. Ela tinha aprendido inglês aos 10 anos, mas rapidamente percebeu que uma carreira internacional exigiria aperfeiçoá-lo. “Quanto mais sotaque eu tivesse,” recorda, “menos pessoas me respeitariam durante as reuniões.”

anitta

Anitta photographed by Ramona Rosales on April 18, 2022 at The Mountain Mermaid in Topanga, Calif.
Ramona Rosales

O network dela valeu a pena. Em 2017, ela assinou um contrato de gerenciamento com os diretores do Shots Studio, John e Sam Shahidi, e começou a colaborar com todos, de J Balvin a Rita Ora, Alesso e Ozuna. Mas, ao aumentar sua presença internacional significava que ela estava menos presente — e menos popular — em seu país. De 2013 a 2017, Anitta fez em média mais de 100 shows por ano no Brasil; na sua turnê mundial de 2019, Kisses, ela fez apenas cerca de um terço disso. No ano passado, as músicas mais populares da Anitta no Brasil ficaram entre as posições no 169 (“Girl from Rio”) e no 177 (“Me Gusta”) no Streaming Top 200 da Pro-Música, que foi dominada por gêneros locais, em particular o sertanejo.

“Quando você está fora do mercado, as pessoas começam a se perguntar onde você está”, diz Anitta. “Eu estava acostumada a ser a no 1 [no Brasil] toda vez, e eu sabia que assim que deixasse o país por metade do ano, não poderia ser a no 1 novamente. Eu perderia exposição e dinheiro porque eu tinha que cancelar shows no meu país. Eu sabia que era um momento de descer um pouco, então, eu poderia finalmente subir novamente.”


Pesquise o som “Envolver” no TikTok e você terá mais de 2 milhões de vídeos: com pessoas se curvando, executando uma flexão em câmera lenta, girando os quadris enquanto mantêm uma posição de prancha — ou pelo menos tentando desajeitadas. Se você não tem a flexibilidade da Anitta, ou a força da parte superior do corpo como ela, ou o talento dela para movimentos musculares de arregalar os olhos, esta não é a dança para você.

No entanto, a música da trilha sonora do desafio alcançou um público muito maior. Certamente não foi a primeira faixa reggaetón-leaning que a Anitta lançou, mas depois de quatro anos de grind, foi a música certa na hora certa: Em março, “Envolver” se tornou a primeira canção brasileira a entrar no top 10 da Global do Spotify e, depois, chegou ao hit no 1 no Brasil. “Finalmente, tudo ficou bem-lubrificado”, diz Hector Rivera, vice-presidente sênior da Warner Music Latina e chefe da A&R para música latina.

Em 2019, Anitta assinou com um novo empresário, Brandon Silverstein e seu S10 Entertainment para um acordo mundial. Suas conversas iniciais, lembra Silverstein, foram sobre “tentar descobrir como reunir tudo o que é autêntico na Anitta: Brasil, a personalidade dela e a música que ela ama”, disse ele. “Ela acreditava em “Envolver”. E tem esse lado dela onde ela tem um bom instinto e coragem — ela sabe o que quer.”

anitta

Gucci suit, Versace shoes, Panconesi earrings, Patricia Von Musulin rings.
Ramona Rosales

Anitta sabia imediatamente que queria assinar com Silverstein: no dia em que se conheceram, “eu pensei, este cara é jovem, com garra e também está começando a carreira dele, ele tinha a mesma energia que eu tinha”. Mas antes de trazê-lo oficialmente a bordo, ela exigiu que ele passasse por um tipo de teste não muito convencional, mas bem do tipo Anitta. “Ele só tinha visto o meu lado comercial”, continua ela. “Então, comecei a falar sobre as minhas coisas loucas, como sexo, ir a um clube de Strip ou ficar bêbada e vomitar, falando sobre cocô para ver como ele reagiria. Há um lado meu que é muito sério, mas há outro lado que é simplesmente louco e ele precisava conhecer. Ele só ficava rindo, e eu disse ao meu irmão, esse é o cara. “

A prioridade deles como novos parceiros era renegociar o contrato com a gravadora dela — ela tinha assinado anteriormente somente com a Warner Music Brasil — para incluir também um acordo com a Warner Records e a Warner Latina. “O meu principal objetivo era conseguir um impulso e uma equipe para garantir a ela que havia um foco global”, segundo Silverstein. No início deste ano, a Anitta assinou com a UTA para a representação mundial. E na esteira do sucesso de “Envolver” impulsionado pelo TikTok, sua equipe está dobrando o potencial da plataforma para promover o resto das canções do Versions of Me. “Nós construímos a plataforma dela sem ajuda para podermos comercializar as músicas do álbum lá”, segundo Silverstein. “Convidamos os maiores criadores de TikTok de todo o mundo para criarem conteúdo com a Anitta que você verá na página dela” – onde, acrescenta ele, ela ganhou 8 milhões de novos seguidores nos últimos quatro meses.

E, à medida que o público dela cresce também, sua equipe planeja aumentar o tamanho dos palcos que ela se apresentará. “A Anitta já está caminhando para próximo patamar, onde o mundo verá muito mais dela nas manchetes e nos palcos de festivais nos Estados Unidos, Europa e no resto da América Latina e além”, diz Jbeau Lewis, o agente dela na UTA. Marcos “Marquinhos” Araújo, dono da empresa brasileira de festivais Villa Mix, prevê que o perfil dela mudará em breve em casa também: “de seis meses a um ano, ela chegará aqui ao Brasil e, sozinha, atrairá 40.000 pessoas. Ela vai enchar um estádio daqui em dois anos se ela continuar essa trajetória de crescimento.”

anitta

SAINT LAURENT bodysuit, MARLI New York bracelet, DJULA earrings and ring.
Ramona Rosales

Na capa do Versions of Me, aparecem seis fotos diferentes da Anitta — incluindo as mais antigas tiradas, segundo ela, antes de suas cirurgias plásticas já conhecidas. “Ele manda uma mensagem sobre não ter vergonha do seu passado ou erros”, continua Anitta. “Se você não gostava de quem era antes, tudo bem mudar”. Esse tipo de franqueza, diz a jornalista brasileira de música Kamille Viola, é a razão pela qual a base de fãs da Anitta no país continua forte. “Aqui está esta cantora que tomou decisões por si mesma em sua carreira. Ela tem autonomia”, diz Viola. “Acho que representa muitos desejos e contradições das mulheres no Brasil hoje.”

Isso, diz Anitta, sempre foi o objetivo — “abrir as portas para outras pessoas, para elas acreditarem que é possível, elas precisam ver que alguém fez isso antes”, diz ela. “Quero fazer a diferença em outras mer-as, não apenas na música. É sobre como as mulheres serão tratadas no trabalho delas, de como a sociedade agirá, de como votarão.”

Ao longo da pandemia, Anitta mergulhou em um projeto de pesquisa bem diferente daquele que possibilitou sua entrada na indústria da música anos atrás: ela decidiu aprender mais sobre a política brasileira, pedindo à sua amiga Gabriela Prioli, jurista criminal e comentarista política, que desse aulas de educação política no Instagram para seus mais de 60 milhões de seguidores. Prioli contou a história da ditadura militar de 21 anos no Brasil (que governou até 1985), a história global do fascismo e as leis do país relativas aos povos indígenas, entre outros temas; as duas mulheres pediram aos jovens brasileiros que votem para o governante de extrema direita do país, o presidente Jair Bolsonaro, sair do cargo nas próximas eleições em outubro.

Tanto quanto sua música, isso fez com que Anitta se sentisse mais presente no Brasil do que nunca. “Ela é tão atenta a tudo o que acontece aqui [no Brasil] parece que ela mora aqui”, diz Paulo Junqueiro, presidente da Sony Music Brasil. E, por meio da sua própria empresa de gerenciamento, ela vem investindo na próxima geração de estrelas da música brasileira, orientando os artistas locais emergentes – como a cantora Juliette, uma de suas contratadas – que podem, algum dia, se tornar talvez nas próximas Anittas. “O legado que ela está deixando aos brasileiros é grande, especialmente para os artistas pop que querem ter uma carreira internacional”, diz Renan, seu irmão e parceiro nos negócios. “Saber que estamos ajudando os outros a cruzar essa linha é realmente importante para nós.”

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Anitta photographed by Ramona Rosales on April 18, 2022 at The Mountain Mermaid in Topanga, Calif.
Ramona Rosales

No início, Anitta planejou chamar seu novo álbum de Girl from Rio, título de uma de suas faixas. Mas “eu gosto de ser uma pessoa diferente todos os dias”, diz ela. “Hoje vou ser romântica, amanhã vou ser nerdy, amanhã vou ficar triste. É isso que acho que é ser a Anitta: ser ilimitada.”

Reportagem adicional de Alexei Barrionuevo e Beatriz Miranda.

Anitta Billboard Cover





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